17 julho 2012

A Dividida do São José

Espero que todo mundo tenha gostado do primeiro capitulo das Divinopolitanas. Você perdeu o primeiro? Leia Aqui para não ficar por fora.


São José, bairro em que as igrejas dominam a cada esquina e velhinhas passeiam de um lado para o outro a procura de fofoca. 
 É nesse bairro que encontramos a mulher da nossa Historia: Vitoria (clique no nome). A menina de 17 anos vive saindo e é cheia de amor para dar. Em menos de um mês, já namorou 3 rapazes e vive dividida. Essa é a historia de hoje: A dividida do São José. 

                                                                        
Vitoria, com 17 anos, fazia questão de ir ao melhor cabeleireiro da cidade. Aliás, ainda deixava o troco com as cabeleireiras ou as bibas do salão, se caprichassem.
Depois de ficar bonita, foi fazer as compras no Shopping da cidade, o famoso Terra. Lá ela encontraria seu ex-namorado. Uma coisa mal resolvida com seu ex, Abner (clique), fazia sempre os dois se encontrarem as escondidas. Sem beijos, claro. Pelo menos da parte da garota. Mas da parte dele, fazia de tudo para reatar o namoro e chegou ao ponto de simular um falso suicídio.
Na praça de alimentação eles se encontraram. Sem papas na língua, ele deu um beijo no rosto como comprimento, seguido de um deslizamento para a boca e se o autocontrole dela não fosse mais forte, tudo iria para os ares e eles acabariam ficando. 
- Seu maluco! - Ela reclamou dando tapas em seu braço.
- Maluco por você! - Disse ele indo abraçá-la e ela recuando.
Os dois ficaram ali discutindo, no ia e não ia.
Mas todos sabem que não podemos fazer nada escondido, pois sempre tem alguém conhecido no lugar.
Dito e feito.
O extinto protetor de Fernanda (clique) – amiga de longa data do namorado de Vitoria, o grande nerd, analista de sistemas de 19 anos, Amauri (clique) – falou mais alto e ela ligou para Amauri no mesmo instante e interrompeu-o, porque ele estava jogando Diablo. 
- Filhote, onde o senhor está??? - perguntou Fernanda revoltada 
- Em casa, jogando Diablo 3, o qual acabou de chegar! – Amauri riu – A gente tinha marcado algo? 
- Não quero fazer fofoca, mas sua namorada deveria estar com você e não com o ex dela. – Fernanda disse na cara dura.
Todo homem é molenga e cheio de frescuras, inclusive os machões. No momento que Amauri recebeu a noticia, ficou sem chão, pensou em várias coisas ao mesmo tempo, inclusive nos belos dias que ele e Vitória passaram juntos. Esses pensamentos foram interrompidos pelos chamados de Fernanda do outro lado da linha.  
- Alô? Amauri, você tá ai ainda? Alôôôôô?
 -E.. eu tô sim... - disse o garoto ainda abalado. - Vai lá e resolve para mim.
A amiga saiu bufando de raiva e foi em direção aos dois que conversavam, enquanto Vitoria tentava sair das investidas. Fernanda, por sua vez, foi logo perguntando:
- Garota, você não tem vergonha na cara, não? Seu namorado tá em casa, sozinho e você ai se enrabichado com seu ex? – Fernanda estava com os olhos arregalados, esperando respostas.
Abner ficou olhando Fernanda sem entender nada. Olhava Fernanda com cara feia e cheia de repugnância. Vitoria, já sem paciência, deu de ombros para a menina e Abner, teve uma ideia que poderia tirá-lo da seca. Se a cena provocante desse certo, causando ciúmes, sabia que o placar da sorte estava do lado dele.
Quando Fernanda estava indo embora, Abner pegou a mão dela e a trouxe para perto. Um beijo! Sim, um beijo na garota desconhecida iria por a prova de que Vitoria ainda gostava dele.
Funcionou, a menina ficou olhando pelo canto do olho toda cena. Por dentro um sentimento surgia que ela não podia explicar e foi embora. O beijo terminou, Fernanda ficou sem fôlego, sorrindo igual boba e por dentro pedindo ''bis''. Abner apenas olhou sua ex ir embora. Isso vai dar pano pra manga!
Vitoria chegou em casa, tirou os sapatos e ficou deitada em sua cama. Seus pensamentos foram dos sentimentos que ainda tinha por Abner até os dias felizes que ela passara com Amauri. Lágrimas de dúvida desceram por seu rosto e uma pergunta, apenas uma pergunta, ficava na sua cabeça: ''Qual deles eu gosto?''. Ela estava mergulhada na angustia.
De repente, alguém bateu à porta. Vitoria levantou-se, abriu a porta e viu que e era Isabella, sua melhor amiga. Amigas de longa data, Vitoria contou tudo o que estava acontecendo.
-Vá para Juiz de Fora! – disse Isabella, enquanto mostrava a chave de uma casa - Lá é onde tento refrescar a minha cabeça. Tô emprestando a casa na roça para você passar uns dias. 
Sem pensar duas vezes, Vitoria pegou a chave, sorriu e agradeceu. Como era quinta,-feira iria deixar para ir no sábado. Entre uma conversa e outra, o telefone de Vitoria tocou. Era Amauri. 
- Oi - disse ela seca e com medo do que poderia vir.
-Vou passar na sua casa hoje, posso? – perguntou ele sério.
Ela olhou para o teto, olhou para Isabella. A amiga balançou a cabeça, em sinal de aprovação.
- Pode! – Vitória respondeu.
Nada mais foi dito. Isabella abraçou-a, desejou boa sorte e foi embora.
Meia hora depois Amauri chegou e eles deram um selinho.  Conversa vai, conversa vem e uma risada por parte do Amauri foi a deixa. A tensão tomou conta de risos e conversinhas, até os dois se beijam. Rolou um clima e o amor foi feito.
A casa de Vitoria é composta por dois andares, a mais bonita do São José. Ambos estavam dormindo, era madrugada e Vitoria acordou com um SMS no celular. Estava escrito:
Aprece na janela
Só isso e o remetente era anônimo. A garota olhou em seu relógio: 3:30 da madrugada. Foi sem fazer nenhum barulho até a janela e viu uma coisa que era bem... inusitada para o horário: Abner, com chapéu mexicano e um violão. Quando viu Vitoria na sacada, ele só disse:
- Uma canção para uma linda mulher.
Era tão desafinado que os cachorros da rua começavam a latir e a garota para tentar apaziguar, dizia apenas ''xii', mas nada adiantava. Um vulto passou por Vitoria e uma água gelada caiu em Abner. Sim! Amauri tinha acordado, pegado um balde e jogado na cabeça do infeliz cantor. Amauri xingou o rival com todos os palavrões que ele conhecia e Abner retrucou.
As luzes das casas dos vizinhos foram ascendidas e uma sirene ao longe se pode ouvir. Abner, não era bobo nem nada, correu e ninguém mais o viu naquela noite. Depois do ocorrido, Amauri, com cara feia, deu um selinho em Vitoria e foi dormir no sofá. Ela ficou ainda mais dividida, por causa da serenata. 
Pela manhã, depois que Amauri foi embora da sua casa, Vitoria resolveu por caminhar 1 hora – o que era algo que fazia raramente. No fim, voltando para casa, Abner que estava escondido em uma árvore chamando-a:
- Quando você vai largar aquela mané? - perguntou Abner segurando o braço da garota.
- Em primeiro lugar, solte meu braço - disse Vitora recuando - Segundo, ele não é mané. 
-Não, apenas bobão.
- Olha, não vou discutir isso com você e to saindo pra viajar e...
Antes que terminasse a sua frase, ele puxou a menina pelo braço e ficaram se beijando por minutos, ela tentava sair, mas parou e meio que apreciou o momento. Voltando a si, se desapegou de Abner. Deu um tapa no rosto dele, resentida, e saiu correndo. 
-VOCÊ VAI SE ARREPENDER! - gritou Abner ao longe. 
No dia seguinte ela já estava no sítio de Isabella, em Juiz de Fora. Era mais ou menos 10 da manhã e Vitoria andava pelas ruas esburacadas e lamacentas da cidade. Ela sentou em um banquinho da praça, pensativa e não percebeu quando uma menina mais ou menos da sua idade sentou-se ao seu lado. Ela abatida. 
-Oi, meu nome é Marcela (clique, sim é a garota da primeira historia) -estendeu a mão para a visitante e em seguida se cumprimentaram - Tô aqui há uns dois meses e já sei muita coisa sobre as pessoas daqui. Você é nova na cidade e tá com algum problema. Quer conversar?
-Olha, tava precisando conversar sim. Ah, meu nome é Vitoria! - disse dando um pequeno sorriso. 
Ela contou tudo, desde o shopping, seu amor por Amauri e de não entender de quem gosta. Marcela olhava, às vezes sorria ou ficava séria.
- Aconteceu tudo isso. – finalizou Vitoria, muito angustiada.
- Devo confessar que nunca gostei de ninguém. Sempre fui barraqueira e estou aqui para aprender a respeitar os outros. – disse Marcela, olhando para cima e rindo - Às vezes, fico com vontade de ser ignorante, mas tenho aprender a ser calma. 
- Entendo.
- Sabe de uma coisa? Você deve inovar e fazer uma surpresa para esses dois. Sair do óbvio, saca?
-Inovar? Mudar? Sei não...
Elas ficaram conversando, botando altos planos em prática e Vitoria estava decidida em mudar com os dois pra valer. 
- Não iria ser tão ruim assim - Vitoria esboçou um sorriso sarcástico. - E seria uma mudança bem drástica.
Elas terminaram de conversar e ficaram amigas de viagem. Vitoria estava decidida e sabia o que sentia por ambos. Pegou o telefone, ligou para os dois e pediu para que a encontrassem no dia seguinte na casa dela.
Vitoria voltou para Divinópolis, passou em alguns lugares da cidade e foi para casa...
No dia seguinte os dois bateram na porta da Casa de Vitoria, ambos discutindo e quase brigando. Viram malas dentro de um táxi. A visão que estava direcionada para o carro mudou para a porta se abrindo e o susto foi imediato: Vitoria estava vestida de FREIRA. Ambos não conseguiam acreditar no que estavam vendo.
- Tá, cadê as câmeras? É pegadinha? - Perguntou Abner.
- Pegadinha que nada. Ela vai para uma festa fantasia a... essa hora da manhã? - Amauri tentava buscar explicação.
- Nem um e nem outro. - Disse Vitoria rindo - Vi que estou perdendo tempo com os dois, mas daqui uns meses eu conto como foi minha estadia em minha nova casa. - Ela sorria muito.
Entrou no Taxi e foi embora.
Os dois panacas ficaram olhando o táxi sumir ao longe da rua. Ambos estavam livres para fazer o que bem entendessem.
No carro, Vitoria abriu seu Diário e escreveu:
''Como poder ser tão difícil compreender os homens? Sempre gostei dos dois, mas conversando com minha nova amiga, vi que estava errada. Eu estava me desvalorizando e precisava mudar. Uma mudança de pensamento e de jeito, mostrando definitivamente o que sinto: por um é amizade e pelo outro companheirismo. Nada de amor, nada de paixão avassaladora. Apenas, amizades que me deixavam felizes de estar por perto. Diário, aqui me despeço e para a minha a minha nova casa eu estou indo: a casa do Senhor!”

2 comentários:

  1. kkkkkkk
    muito bom
    roteiro de novela cara
    só faltou um vilão xD

    ResponderExcluir
  2. kkkkkkkkkkkkk
    Rindo muito aqui, muito boa a história! Com certeza vou acompanhar!

    Beijos,
    Ananda Dias - Entrelinhas Casuais

    ResponderExcluir