23 março 2012

Review Samsung Galaxy Note

Smartphone ou tablet? Descubra para que serve esse dispositivo com visor de 5,3".




Para pessoas com dedos gordos, dizem alguns. Para quem gosta de muito espaço para conteúdo, dizem outros. O Samsung Galaxy Note, esse misto de smartphone com tablet, atrai a atenção do público justamente por não se definir sobre qual categoria pertence. E, claro, pelo visor gigantesco que faz dele um pequeno grande dispositivo. Dependendo do ponto de vista.
Eu, que não tenho dedos exatamente enormes, recebi a tarefa de colocar esse aparelho à prova durante duas semanas de testes. Aos poucos fui me habituando ao tamanho avantajado e aos recursos que a Samsung embutiu nesse smartphone (para mim é smartphone, aviso de cara) que chegou ao mercado brasileiro antes de fazer sua estreia naquele que ainda é considerado o principal, o dos Estados Unidos.
Falo de um aparelho que vale o quanto pesa? Você só descobre se ler o review abaixo, contando a minha experiência de uso do dispositivo.

Design, pegada e hardware

Imagine que os engenheiros e projetistas da Samsung pegaram o aclamado Galaxy SII (leia o review) e o esticaram para atender àquele consumidor que está em busca de uma tela maior. Essa é a impressão que se tem ao segurar o grandioso Galaxy Note pela primeira vez nas mãos. A frente do dispositivo é exatamente igual à do Galaxy SII, porém numa proporção diferente.



Ali, na parte da frente, está o belo visor de 5,3 polegadas em Super AMOLED HD. A tecnologia com matriz ativa permite que cada pequeno ponto (o pixel) seja controlado por um transístor. Isso quer dizer que as imagens são mais ricas, mais brilhantes, e com algo bastante próximo do “preto puro” que as fabricantes continuam buscando. Diria que é um dos visores de melhor qualidade que eu já vi. E confortável de ler, visto que oferece a densidade de 285 pixels por polegada e resolução de 1.280×800 pixels. Bom para sessões de leitura de emails ou mesmo de páginas da web (o Tecnoblog, espero).
Acima do visor temos a marca da Samsung, o alto-falante, a câmera frontal de 2 megapixels para realizar chamadas em vídeo e o sensor de proximidade e iluminação. É graças a ele que, no modo automático de brilho, o Galaxy Note vai ajustando a luminosidade da tela de acordo com o ambiente onde o usuário está.
Abaixo da tela fica o botão de início (físico) e os botões touch de opções e de voltar, à esquerda e à direita respectivamente. Notei certa lentidão para que a iluminação dos botões touch acenda. Para quem está acostumado a outro aparelho em que o botão de voltar fica à esquerda e o de opções à direita, pode ser um tanto incômodo até se habituar à ordem invertida do Galaxy Note. Não é um grande problema, mas também não deixei de nota-lo.
Voltando ao design do dispositivo, a lateral de baixo apresenta o microfone, a entrada microUSB e um slot que armazena a caneta tipo stylus, que a Samsung chama de S-Pen (falo mais dela no decorrer da análise).


Galaxy Note: conector microUSB

Na lateral direita encontramos apenas o botão de ligar/desligar.

 Ligar/desligar

A lateral esquerda apresenta os botões para aumentar ou diminuir volume.


 Volume

E na lateral superior está a saída de áudio no padrão 3,5 mm, bem como mais um microfone — imagino que sirva para redução de ruído nas chamadas.


 Áudio de 3,5 mm

A câmera de 8 megapixels acompanhada de flash de LED (para otimizar o desempenho da bateria, de acordo com a fabricante) fica na traseira, assim como a saída de som. Embora a face do Galaxy Note seja muito parecida com a do Galaxy SII, o mesmo não se pode dizer da traseira: não possui a parte de baixo com detalhes em relevo pronunciado nem o acabamento em plástico “liso”. O Galaxy Note conta com uma textura ligeiramente pontilhada na traseira que serve para dar mais resistência. Assim, os riscos de pegar o aparelho e ele subitamente se jogar no chão são menores, creio eu.


Traseira

Por mais que seja um smartphone maior do que estamos habituados, a pegada do Galaxy Note não fica prejudicada pelo tamanho. Dá para segura-lo confortavelmente, a despeito do que alguns poderiam imaginar. Ele encaixa na mão sem grande dificuldade e não fica demasiadamente grande, como pode acontecer em dispositivos de tamanho ainda maior (estou falando de tablets e desses gadgets híbridos que ainda não têm um nome ao certo — pelo menos não um bom nome).
O peso do Galaxy Note foi mensurado em 178g. Não é exatamente o aparelho mais leve do mercado. Mas não poderia esperar menos do que isso, visto que estamos falando de um celular maior do que o habitual. É natural que ele pese mais também.


iPhone 4S em cima e Galaxy Note embaixo

Software e aplicativos da Samsung

Considerando que o Galaxy Note foi apresentado no ano passado, é até compreensível que ele utilize o Android 2.3.5 (Gingerbread). A Samsung promete atualização para o Ice Cream Sandwich num futuro próximo, mas a unidade que eu utilizei para teste permanece com a versão anterior do sistema.
Tem tudo aquilo que estamos acostumados do Android. A Samsung inclui a “experiência Google” no smartphone, o que significa que Gmail, Google Talk, Google Maps e demais aplicativos do gigante da web permanecem no celular para uso imediato. Ligou, sincronizou com a conta no Google, usou. Bastante prático, como na maioria dos dispositivos rodando Android.


All Share

A Samsung também inclui alguns aplicativos próprios. Um dos mais interessantes é o All Share, um app que transmite arquivos de foto, áudio ou vídeo do celular para um televisor compatível com o padrão DLNA. Funcionou perfeitamente em conjunto com uma televisão LED 3D também da Samsung que estava na redação, inclusive com vídeo em HD 1.080. Também foi possível acessar meu acervo de conteúdo no computador rodando Windows 7 (sem o software de All Share) e transmitir o conteúdo para a televisão tendo o Galaxy Note como ponte.
Única ressalva para o recurso é que o conteúdo demora um tanto para aparecer na TV.
Conectar o Galaxy Note a outros dispositivos é muito fácil graças ao aplicativo Roteador Wi-Fi. Como o nome sugere, ele transforma o smartphone em um access point capaz de compartilhar a conexão com até oito aparelhos simultaneamente. Com direito a definir o nome da rede e o padrão de segurança adotado.


3G do Samsung Galaxy Note para o iPad

Gostei bastante do widget de calendário que a Samsung desenvolveu para o Galaxy Note. Ele tira proveito da tela grande ao mostrar todos os compromissos não da semana, mas do mês, por meio de um calendário. Obviamente que não dá para ler todos os compromissos, mas pelo menos nós temos uma noção melhor de como a próxima semana será cheia.
O aplicativo de reprodução de vídeos no próprio aparelho funciona bem. Eu realizei o teste com alguns arquivos e formatos. Abaixo você vê o resumo:
  • AVI / AVI / 1.920×1.080 pixels / 387 MB: tocou perfeitamente sem engasgos.
  • AVI / AVI/ 624×352 pixels / 175 MB: tocou perfeitamente sem engasgos; deu para notar que o vídeo está numa resolução inferior.
  • MKV / MKV / 1.280×720 pixels / 1,09 GB: tocou perfeitamente sem engasgos.
  • MP4 / 3GPP / 1.920×1.080 pixels / 247 MB: tocou perfeitamente sem engasgos.
Acredito que o aplicativo de vídeo permite ao usuário assistir os filmes mais comumente encontrados por aí sem complicações. E, claro, não preciso nem dizer que o aparelho reproduz MP3 com variados bitrates também tranquilamente. O mesmo para AAC sem proteção por DRM.
Alguns leitores questionaram no Facebook se o Galaxy Note apresenta aplicativos de edição de fotos. Sim, ele se chama Editor de Fotografias e permite adicionar anotações com textura de caneta, lápis, pincel ou marca-texto. Dá para escolher a cor e a espessura do traço. Só não fique na expectativa de desenhos muito precisos — o smartphone não substitui uma mesa digitalizadora da Wacom, por exemplo.

S-Pen, a caneta stylus da Samsung

Para interagir com o Galaxy Note temos uma caneta stylus que fica armazenada junto com o aparelho, num canto especial. Não é um acessório à parte, o que significa que a Samsung espera que seus consumidores utilizem-na para entrar com dados no smartphone. Para algumas pessoas pode soar estranho usar uma stylus com a tecnologia touch atual. Quando sou chamado a falar do assunto, sempre lembro que um famoso CEO fez chacota da stylus ao apresentar um novo smartphone ao mercado. Não que eu concorde com ele (nem discorde), mas muita gente concorda.


S-Pen

Preconceitos à parte, a S-Pen da Samsung (nome comercial da caneta) serve como mais uma opção interessante para uso do teclado do smartphone, por exemplo. Em vez de ficar deslizando os dedos por toda a tela com o teclado ativado no modo Swype, o usuário que apela para a canetinha faz menos esforço. E o mesmo vale para o uso normal do teclado touch sem a correção automática ativada, no qual é preciso tocar em tecla por tecla.
A S-Pen também funciona bem para escrever notas rápidas e com letras graúdas. Como se fosse um post-it, só que na tela do celular. Inclusive, para mandar a anotação por email é muito fácil com o aplicativo de notas próprio da Samsung.
Não recomendo o uso da stylus em duas situações. A primeira, quando o usuário precisa escrever em volume e com tamanho reduzido. A sensibilidade da tela do Galaxy Note não é apurada o suficiente para suportar uma escrita similar à que se faria num papel ofício. Infelizmente, creio que não há um smartphone no mercado que atualmente comporte esse tipo de escrita. Para os que quiserem tentar ainda assim, a boa notícia é que o software de anotações da Samsung permite entrar em modo zoom, no qual você escreve com a letra maior e depois o software reduz automaticamente. Ainda assim, continua sendo uma tarefa cansativa e pouco natural, até mesmo pela posição com que se “escreve” no smartphone.
A outra ressalva fica por conta do teclado fornecido pela Samsung sem a tecnologia de Swype que possibilita o reconhecimento do texto escrito com a stylus em conteúdo digital. O software empregado por eles não teve resultado satisfatório nem com letra de forma (ou de imprensa), nem com a minha escrita cursiva. E devo acrescentar que a minha letra não é das mais feias ou difíceis de entender.

Câmera de fotos


Batendo foto com o Galaxy Note

A câmera de 8 megapixels do Galaxy Note se saiu melhor em ambientes naturalmente iluminados, em que há luz do sol presente. Como de costume, abaixo você encontra amostra de fotos feitas com o smartphone que não passaram por nenhum tipo de tratamento. Foram enviadas de forma crua. Você pode baixa-las para verificar os metadados presentes no arquivo referentes a tempo de exposição, ISO, distância focal etc.

O aplicativo de câmera dá opções de regular a cena, a fim de obter um melhor resultado de imagem. Também oferece modificação no valor da exposição e no ISO, entre outros.

Câmera de vídeos

Além das fotos em resolução bem grande, esse celular grava vídeos em Full HD com direito a envio direto para o YouTube (vida longa ao Android!). Abaixo você tem uma amostra de vídeo captado com o Galaxy Note e enviado para o site do Google.


Alguns leitores apontaram em outros reviews que o YouTube não é o melhor site para demonstrar a qualidade de uma câmera porque a compressão empregada por ele faz com que as imagens fiquem piores se comparadas com o Vimeo, por exemplo. É importante observar que o YouTube será o principal — senão único — serviço de vídeos a que a pessoa vai recorrer na hora de mandar a gravação para a rede. Portanto, insisto em usa-lo para essa demonstração. Espero que os defensores do Vimeo entendam.
A qualidade da gravação deixou a desejar num quesito: a falta de estabilização. Repare que o vídeo ficou bastante tremido, mais que normalmente acontece. Era um dia ensolarado em São Paulo e não ventava muito. Também não acredito que eu tenha muita parcela de culpa nas imagens tremidas. Ou seja, deixou a desejar.

Bateria

A Samsung colocou bateria de 2.500 mAh no Galaxy Note. São quase 1.000 mAh do que na bateria do Galaxy SII (1.650 mAh). Também tem mais capacidade que as baterias do iPhone 4S da Apple e Optimus 3D da LG. É uma decisão natural, visto que o Note comporta um visor muito maior que o dos demais aparelhos citados, e a gente sabe que a tela consome muita energia.
Para testar a duração de bateria nesse gadget eu fiz o uso cotidiano, porém com algumas atividades “forçadas”: aproximadamente 15 minutos escrevendo continuamente SMS, 30 minutos escrevendo email, 30 minutos numa conversa por telefone, 40 minutos navegando na internet por meio do Wi-Fi e 45 minutos reproduzindo vídeo em MKV.


WiFi ligado e brilho de tela no automático

Além dessas informações, considere que o Galaxy Note permaneceu com o Wi-Fi e o 3G ativados o tempo inteiro, embora a troca de dados por 3G fosse restrita (há Wi-Fi no trabalho, em casa e na faculdade). Também estava com o brilho de tela ajustado para o modo automático.
Faço ainda a ressalva de que não existe teste perfeito de bateria. Realizar um teste de estresse, por exemplo, não reflete necessariamente o tempo de duração da bateria quando em condições normais de uso. Portanto, não era meu intuito colocar a bateria dele para teste com processador sendo usado em 100% da capacidade.
O resultado da bateria do Galaxy Note: 21 horas de autonomia antes de chorar por mais recarga. Eu liguei o dispositivo às 10h11. Ele morreu completamente, depois de espernear pedindo por carga, às 07h13 do dia seguinte.

Pontos positivos

  • Câmera de vídeo grava em Full HD.
  • Desempenho sem engasgos.
  • Memória interna de 16 GB.
  • Visor amplo de 5,3 polegadas em Super AMOLED HD.

Pontos negativos

  • Foi constrangedor atender um telefone tão grande na rua.
  • Reconhecimento falho de escrita por meio da S-Pen (stylus).

Balanço geral


Galaxy Note

O Galaxy Note é um bom aparelho. Tem muito do Galaxy SII, considerado por muitos analistas como um dos melhores smartphones à venda no momento. Tendo interface igual, especificações similares e uma tela maior, dá para dizer que o Note colhe os frutos plantados pelo irmão menor — ainda mais porque atua num segmento mais específico no qual ele reina praticamente absoluto enquanto a LG não colocar o Optimus VU na praça.
Talvez a pergunta mais difícil de responder sobre o Galaxy Note diz respeito ao seu transporte e seu uso como celular. Para a primeira questão tenho boas novas: o aparelho coube em bolso de calça jeans, calça social e de camisa social. Dá para perceber que tem um dispositivo ali, mas cabe. Quanto ao uso: realmente é meio esquisito andar com um aparelho tão grande na rua. Mas o mais constrangedor é falar com alguém usando o Galaxy Note. O smartphone é visivelmente muito grande e visivelmente chama a atenção. Se você não liga em ser o centro das atenções, está valendo.


No bolso da calça jeans e da camisa

Bom hardware, bom software que vai instalado no aparelho, uma plataforma com promessa de atualização, boa bateria e um tamanho avantajado. Esse é o Samsung Galaxy Note.
Tem preço sugerido de R$ 1.999 no país. Primeiro é preciso pensar se você tem interesse em um celular gigante — não um tablet — com visor de 5,3 polegadas. Em caso positivo, aí sim é hora de considerar pagar o salgado valor cobrado por esse celular.


E não, não cabe numa capinha destinada ao iPhone 4S

Especificações (fornecidas pelo fabricante)

Para saber o que vem no kit assista ao unboxing do Galaxy Note.
Rede:
  • HSPA+ 21 Mbps  850/900/1900/2100
  • EDGE/GPRS  850/900/1800/1900
Processador: 1,4 GHz dual-core
Tela: 5,3” WXGA(1280×800) HD Super AMOLED
Sistema: Android 2.3 (Gingerbread)

Detalhes do sistema do Samsung Galaxy Note
Câmera:
  • Principal (traseira): 8 MP com LED Flash
  • Frontal: 2 MP
  • Recursos: Single shot, Smile shot, Share shot, Action shot, Beauty, Cartoon, Panorama
Vídeo:
  • Video: MPEG4, H.264, H.263, WMV, DivX, Xvid, VC-1
  • Gravação: 1080p@24~30fps
  • Reprodução: 1080p@30fps
Áudio:
  • Codec: MP3, AAC, AMR, WMA, WAV, FLAC, OGG
  • 3.5mm Ear Jack
  • Stereo FM Radio com RDS
Conectividade:
  • A-GPS / GLONASS
  • Bluetooth 3.0 + HS
  • Wi-Fi 802.11 a/b/g/n (Wi-Fi Direct)
Sensores: acelerômetro, bússola digital, proximidade e barômetro
Dimensões: 146,85 x 82,95 x 9,65 mm

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